Um nomezinho dele só, né? O senhor pode dizer pra nós o que é que você quer? Pra ele olhar pra cá, não olhar pra nós. O senhor pode nos dizer o seu nome? E quanto tempo o senhor tá nessa dívida? O meu apelido é Evato. Seu Evato, né? Que eles chamam. Mas o meu nome é Evato Silveira. Evato e Silveira. E o senhor é pescador há quanto tempo? Sempre, né? Fica em pé. Você é um pescador. O outro ano eu já pescava. Já pescava? Já pescava, porque eu juntava peixe para o pai. O pai ia pescar e eu colhia o peixe que eu pegava. Seu. Pato, quando foi que o senhor se lembre, a primeira vez que o senhor viu uma baleia, o que o senhor sentiu? A primeira vez que eu vi uma baleia foi aqui. Naquela ponta lá que eu tava lá olhando pro meu pai, a turma que eu tava pescando, botando uma rede, e ela tava ali. Aí o safrou-chimou uma lancha de lá. Veio, veio, veio, chegou ali e matou ela. Era naquele tempo que eles pegavam, né, safrou-chimou. Foi a primeira baleia que eu vi foi aquela. Daí pra cá e... Daí pra cá a gente sempre. Aparece, sabe? Daí eles proibiram a caça da baleia, né? E isso é só, só perguntar uma coisa. Desculpa que às vezes eu bato nela. É porque ela fala no meio da sua fala. Não bato mais. Eu queria só te perguntar uma coisa. Quando tu viu a primeira vez a baleia e que mataram ela, como é que tu te sentiu? Qual foi a sensação naquele momento? Quantos anos você tinha, essas coisas? Não dá pra passar a igreja. Não, porque a gente era meio... A gente era meio pequeno, a gente não sabia nem o que estava acontecendo, né? A gente ficou com pena, né? Porque era meio criança, né? Então a gente... A gente ficou meio emocionado, né? Sem saber o que acontecia. Aí depois o meu pai foi contar como era tudo. E tu viveu na época que era permitido caçar as baleias? Eu? Não. E tu chegou a ver alguma sendo caçada? Caçada, eu vi essa aí, fui pegar o papo. E eu vi, eu era pequenininho, mas a minha avó vendeu galinha lá em Ituca, o barracão da baleia. Aí nós vimos eles puxando uma pra cima pra fazer o... pra derreter. Eu ia de companhia com a minha avó. E o que que você sentiu? A primeira coisa que eu senti é que na chegada lá não dava de parar da capinha. Aquilo, merda, gente do céu. Derretendo aquilo, ai, ai, ai. Não dá de parar ali com o pé. Merda. É, tinha que ter muito estômago. É, e fala um pouquinho mais desse. Cheiro, como é que era esse cheiro? É, eu nem sei como era o. Bife, porque... Era insuportável. Não sei até o que dizer. Muito ruim. Mas esse cheiro, não dela quando ela estava viva, era depois de... Não, não. Sim, esse cheiro dela da carne, da gordura. Da casa que ele interagiu, da casa ali. Entendi. O serviço que ele estava fazendo, né? Que ele tinha que fazer o óleo dela, né? Pra fazer com a remédio, não sei o que. Seu Vaco, a baleia tem alguma importância para o senhor? Qual a importância da baleia hoje em dia? Não. Eu, hoje em dia, é assim... Se. Ela não viesse mais pra mim, era melhor. Tá? Tá por causa do quê? Não é por causa da baleia. É a baleia e os pescadores que estão bem. Ela tá aqui pertinho de tu, bota uma rede, mas ela não vem na tua rede. Ela não vem, ela vê, ela sabe, ela fica no lugar dela. Agora se tu fugir dela, ela vem. Mas o povo que veio pra fazer turismo, as coisas, através da baleia, complicou tudo. É que não sabe fazer, complicou, botou o pescador contra a baleia. Agora já tá o pescador contra as pessoas, e, e, e, e, e, e. E, e. E, e, e, e, e. E, e, e, e, e, e, e. E, e, e, e, e, e, e, e, e, e, e, e, e, Era peixe, nós matávamos peixe e tudo, e. Continua o mesmo peixe. Mas só porque entrou o homem, a. Mulher, o homem, entrou aquela coisa que o turismo não afeta, né? O ser humano. O ser humano. Cada um puxa pro seu lugar. O senhor acha que as baleias são. Importantes pra essa região? São. Economicamente, talvez até para o turismo. É, já tem, já está importante, porque assim, hoje, se tu quiser, igual um barraco desse aqui, ó, tem algum pau aí que tem que reformar, tem que tirar. Então, se tu impedir, se tu impedir. À Prefeitura alguma coisa, tu tem que ter uma assinatura para o órgão da baleia pra lá ter uma paz. Então já. Tá importante, já é importante. Tá? Então já é importante. Bom, o senhor até já falou o que o senhor acha que pode ser os malefícios da baleia, né? Que é isso do turismo. Mas aqui a pergunta é essa. Quais as suas percepções dos malefícios das baleias pra região? Não, o malefício é assim. Ó. Aqui tem um grupo de gente, isso. Eu já fiquei, já... Já várias entrevistas perfeitas com isso aí, o Sérgio, isso aí já fui, eu já fiquei, meu pai... Tem um grupo de gente dali e ali tem uma baleia. Aí nós aqui precisamos sair pra ir dar uma pescada. Nós saímos. O mal-entendido dali, ele diz assim, ó, pescador, família do Anastasio, do Anastasio, depois espanta a baleia. Aí tá. Então por isso é que o pescador. Não dá de apoiar a baleia. A gente vê que não faz mal, que não importa. Cada um, cada um. Mas a gente fica vato. Fala isso então, assim ó, porque o que a gente precisa saber, e seria muito interessante, é como que é que vocês então se relacionam com ela, como pescando há muitos anos ela está sempre aí. Então isso sempre foi, como é isso? Agora, para. Vou contar uma coisa bem interessante. Quem mandava aqui, que fazia aí, no começo da Baleia Franca, era a Bebela, era o Lítima ali, né, eles aí que eram Daqui que fazia esse negócio? Turismo embarcado. Aqui tinha uma baleia parada ali. Nós pegamos e saímos aqui com essa canoa tirolesa aqui ó, que está aqui atrás. E fomos virar uma rede aqui atrás do costão. E paramos aqui ó, para a costinha, a baleia estava ali, ela nem percebeu nós, escondidinho por aqui, por a pedra, porque ela não vê na pedra. No. Outro dia, os carros já só chegou aqui. Adivinha por quê? Eles gravando de lá tá vendo aquele passeio lá ó aquela ilhotinha lá ó eles gravaram como aquela ilhotinha lá era a baleia ó lá quebrou o marzinho e nós passamos bem pertinho disseram que a canoa tirolesa tava acertando a baleia espantando a baleia e é uma pedra a baleia tava lá ó dali pra cá a gente começou a... fica difícil Pega a nojo da baleia. E o senhor não acha que um. Defesa... Aí o Lito, o Lito, mas nós nunca mais deixamos ele entrar aqui nesse barraco. Ah, é? Mas já tá morto, já tá morto. Já, e ele morreu aqui, nós não aceitávamos ele. Também. Porque a casação veio aqui por causa disso. Agora o fim vem de cabeça. Mas e o que o senhor acha. De um defesa, por exemplo? Um defesa? É. Nós. Já promovemos isso aí. Nós, os pescadores, já íamos anos atrás. Mas... eles... não perturbaram a gente, né? Era bom. Era bom. Se tiver um defesa, não é fácil você chegar aqui e dizer pra nós, assim, como outros nós, que você vai pescar. Não, não vou pescar. Ficado a valer, não vou pescar. Ah, tu vai pescar? Vou. Bom, aí... Aquela pessoa que quisesse pescar não podia ser defesa. Agora, quem não quisesse cooperar, era bom que eu defesasse. ter uma ajuda, né? Sim, se não dá para parar de comer, né? É. Deixa. Eu só dar uma pausa aqui, só para começar um novo vídeo.